quinta-feira, 16 de julho de 2015

Transporte Coletivo de Rio Branco em 1992: As boas lembranças



Não existe uma máquina capaz de fazer voltar no tempo. Mas graças a Deus existem as fotografias e os jornais impressos para nos ajudar a recordar o passado bem como ter noção de uma época que nossos sobrinhos, filhos ou amigos não conheceram ou presenciaram.

Quero compartilhar aqui, com vocês, uma foto do sistema de transporte coletivo de Rio Branco, capital do Acre. Na imagem do Jornal O Rio Branco de 1992 mostra a parada de ônibus no centro da cidade. A linha 207 era do bairro onde moro - Cohab do Bosque. Há um tempo, desde quando modernizaram o sistema, que mudaram o número da nossa linha para 901 e acrescentaram o Cohab do Bosque/Cadeia Velha. Talvez daí que passei a chamar de “Estado Independente da Cohab do Bosque” -  a potência tupiniquim dos bairros acreanos.  

Lembro com muito carinho das viagens que fazia neles e os itinerários. Apesar de muito pequeno, minha mãe (Dona Lora) levava para o seu trabalho (Palácio das Secretarias) e posteriormente para o “Colégio Menino Jesus” que ficava também no centro. Nessa época eu tinha pouco mais de cinco anos.

A hora mais divertida, sem dúvidas, era esperar o ônibus da "Viação Rio Branco" na parada a poucos metros de nossa casa, embarcar nele e passar por debaixo da roleta segurando com toda força do mundo para não cair. Sentar no fundão era minha sina. Mamãe sempre preferiu sentar lá na frente. Nunca entendia o porquê! Descobri depois de crescido que o balançado do ônibus provoca enjoou nela. Mais o chacoalho era o mais legal, pois fazia um barulho estarrecedor como se o mundo tivesse estraçalhando e o ônibus partiria bem no meio.

Quando descia a ladeira da maternidade, aí tinha que segurar mesmo. Pense num frio na barriga! E sempre ela olhava logo lá atrás pra ver se estava tudo bem comigo. Cansei de apanhar porque a lancheira vermelha com estampa do “Changeman” caia no chão e se abria porque se esquecia de segurar. Chorava mais pelo pânico que ela provocava quando derramava a “Fanta Uva”, ela dizia que eu morreria de sede porque não havia mais líquido para beber na hora de comer a merenda. Eu não queria/quero morrer nunca! Coisas de mães, provocar pânico! Nunca morria de sede, afinal, sempre roubava um pouquinho do colega.

Quando chegávamos já nas proximidades da Praça Plácido de Castro, atual Praça da Revolução, ninguém poderia puxar a cordinha [leia-se ninguém]. Aquele troço era muito alto mais me pertencia. De prontidão colocava no colo, levantava até eu conseguir puxar a bendita corda que saia uma buzina ora engraçada porque fazia um barulho de cigarra, ora chata porque reproduzia um som parecido com o telefone da casa da vovó. A moral? Puxava a corda e num passe de mágica a porta se abria. Que beleza!

A nossa parada final ficava entre o Palácio Rio Branco e o atual Memorial dos Autonomistas. Daí, atravessávamos a rua até chegar ao trabalho dela. Em seguida, depois de guardar algumas sacolas no armário, ela me deixar teclar um pouco na máquina de datilografia (leia-se apertar o espaço até ele fazer o barulho) antes de chegar dona Lenir - a chefa - que normalmente vinha trabalhar com grandes bobs na cabeça e óculos na ponta do nariz. Na realidade eu gostava da dona Lenir, apesar da voz dela ser estranha. Gostava quando chamava de “loirinho lindo”, pois meus cabelos eram grandes, cacheados e bem loiros! De quebra; olhos claros.

Feito todo o ritual, coincidia com o horário da aula. Lembro que descia nas carreias o palácio até a esquina. Quantas vezes embasbacado fiquei ao ver embarque/desembarque dos ônibus ali na frente da Secretaria da Fazenda e antigo prédio da Ótica Ipanema. Achava algo fascinante e amedrontador ao mesmo tempo.

Depois aproximava a melhor hora; comprar chiclete ploc ou babalú. Que cheiro gostoso saia daquela banca! Até hoje funciona na frente do Colégio José Rodrigues Leite. Era nesse momento que mamãe me comprava literalmente. “Esquece o choro no portão do colégio ou nada de ‘Chiclete Ploc”, dizia sempre quando sentava nas escadarias do Colégio já fazendo cara de choro.

O “Ploc” era o meu predito por causa das figurinhas, principalmente aqueles da embalagem verde. Poxa, quanta covardia! Chorava na porta do colégio porque sentia falta dela, não queria nunca perdê-la de vista. Por mais que o parquinho, os coleguinhas e a professora Glória e Ana desviavam minha atenção, eu queria sempre ficar perto da minha mãe. Mas em nome das figurinhas acabava concordando.


Depois de uma tarde no “Menino Jesus”, dona Lora me buscava totalmente detonado de tanto correr pelos corredores. Subíamos a Avenida Benjamin Constant e esperávamos bem na frente da ótica o ônibus 207. O trajeto? Passava direto do colégio acreano, seguia na rua da delegacia da Cadeia Velha, entrava na Avenida Ceará, passava pelo Estádio José de Melo, entrava na Getúlio Vargas assim que descia a ladeira da maternidade, passava bem na frente das Casas Roraima, entrava no Mercado do Bosque e saia na Quintino Bocaiuvas já perto da Casa de Tintas Luciana, e entrava no bairro. Quantas saudades!

domingo, 12 de julho de 2015

A explosão que matou Lourival Sombra e uniu Acre e Rondônia pela compaixão

Bandeiras dos Estados do Acre e Rondônia 
Os Estados do Acre e Rondônia são tão próximos que podemos classificá-los como irmãos. A cultura, a simplicidade dos seus habitantes, a riqueza da gastronomia bem como os modelos econômicos adotados por ambos já são argumentos suficientes para declararmos sua irmandade. Afinal, do que seria do estado do Acre sem a mãozinha do irmão mais velho? Ou do que seria de Rondônia sem a história de superação acreana ?

Mais não é somente nesses fatores que precisamos enxergar tal parceria. Acre e Rondônia são ligados ainda pela solidariedade, dor e lamento. É justamente de um tempo, porém, solidário que preciso relatar, pois a história não pode ter um fim trágico como as cinzas de um prédio que veio a baixo por causa de um acidente tenebroso.

Dia desses, folheando as edições do Jornal O Rio Branco mais precisamente da década de 70, tomei conhecimento da morte de um personagem que a atual sociedade não fala, mas que estampa nomes de ruas e até prédio educacional na capital acreana, Rio Branco. Quando critico que a sociedade esqueceu-se dele posso me incluir nesse grupo, até porque se não fosse o acaso de certeza não estaria relembrando essa história. Na realidade, uma classe da população acreana do passado foi ingrata com tal personalidade. E talvez a população dos dias atuais seja da mesma forma por falta de conhecimento. 

Refiro-me de Lourival Sombra Pereira Lima, o professor acreano nascido no seringal Catuaba em abril de 1933. Lourival fora levado ainda pequeno, com nove anos, para a capital rondoniense, Porto Velho onde estudou na escola Dom Bosco, dos salesianos. Um acreano que viu no esporte a melhor forma de matar a saudade da família e dos bons tempos no seringal. Três anos depois os pais exigiram seu regresso, mas além de trazer as malas ele trouxe também boas habilidades com futebol e atletismo.

Cresceu e logo se casou com uma professora, Lacyra Teresinha Mota de Lima. O matrimonio durou 14 anos e desse amor surgiu três filhas. A vontade de aprender sempre foi o seu forte tanto que cursou Estudos Sociais na primitiva Fundação Universidade Federal do Acre (FUFAC).

Lourival era professor de educação física, tinha um corpo invejado por muitos, atleta e veloz nos campos de futebol. Foram adjetivos suficientes para ministrar em quase todos os colégios da capital as aulas desportivas. Fama essa que chegou ao estopim na educação quando se tornou coordenador e professor de educação física da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (CENEC) e do Colégio Humberto Soares.

Lourival Sombra não parou e foi técnico time dos alunos que participaram dos Jogos Estudantis Brasileiros (JEBS) em Minas Gerais (MG), Porto Alegre (RS), Brasília (DF) e Maceió (Al). No futebol sobressaiu como zagueiro central e lateral-esquerdo dos grandes clubes de Porto Velho e de Rio Branco integrando a seleção dos dois estados. Por Rondônia lutou pelo Flamengo em 1956, Botafogo (RO), Independência (RO) e em 1958 a 1964 jogou pelo Rio Branco Futebol Clube. Findou carreira como o técnico do Vasco da Gama do Acre. Não satisfeito foi diretor dos árbitros de voleibol e do Futebol de Salão.  Este é o currículo do memorável. Mas, será que Rondônia e Acre resumiram suas interligações na vida de Lourival Sombra somente no desporto?  A resposta é negativa.

O relógio acusou 5h55mim de 27 de setembro de 1977. Uma manhã da quinta-feira qualquer na Avenida 07 de setembro em Porto Velho mais precisamente no Guaporé Palace Hotel. Um vazamento de um cilindro de gás na cozinha causou a explosão do mais famoso hotel da cidade. Entre os inúmeros hospedes estava Lourival Sombra o único que morreu instantaneamente em virtude da explosão.

O relato do Jornal O Rio Branco daquela época deu uma dimensão do sinistro. Conta o periódico mais antigo do Acre que os móveis foram arremessados pelas portas e janelas do prédio, destroçando tudo que encontrava pela frente. As grades de ferro foram arremessadas para um terreno baldio do outro lado da rua. Uma dessas grades caiu nas proximidades do Cine Lacerda na Rua Julho de Castilho. Na frente do Hotel havia dois carros; Chevrolet C-10 Azul (Placa AA 6333 de procedência PVH, de José Camacho dono do Hotel Guaporé que dormia e saiu ileso do acidente) e um Volkswagen marrom-caramelo de placa (AA4331 procedente de Rio Branco). Os automóveis foram arremessados para o alto e quando caíram ao solo ficaram com as traseiras suspensas. Um dos carros ficou totalmente destruído.

O Jornal Guaporé relatou que na explosão, um cofre de 1ª tonelada foi arremessado da parede para outro cômodo a três metros de distância. Uma laje do prédio ao lado caiu e todos os móveis ao redor foram destruídos. O corpo de bombeiros e a polícia técnica foram chamados no local para ajudar no resgate. “Todos os meus negócios terminam assim, parece que ando pagando os pecados de meus antepassados”, frase do Sr. Camacho dono do Guaporé Palace Hotel ao Jornal Guaporé logo após o acidente.

Por lá, consideraram que alguém tinha se esquecido de desligar a chave para evitar o vazamento de gás.  Eles não cogitaram defeito no botijão que pertencia a Sociedade Fogás LTDA. Uma equipe vinda de Manaus da própria Fogás esteve horas depois no local para ajudar na perícia. Técnicos da Atlântica Boavista Seguros também participaram das investigações.

Extraído da Edição do Jornal O Rio Branco de 28/10/1977

O acidente fez duas vítimas fatais. Lourival e um médico de 49 anos, DR. Libório Augusto Martins Alves que veio de Belém (PA). As copeiras, Luzia de Sousa Costa e Maria de Sousa Rodrigues, e o gerente Arivaldo Brasil de Brito foram internados no Hospital São José com ferimentos leves. O arrendatário do hotel sinistrado Valter José Soares e o porteiro Domingos Rosário Leite foram levados para Brasília (DF) em estado grave, mas sobreviveram. Já Eduardo Joviniano Filho, 85 anos, foi vítima indireta do acidente. Ele morreu pisoteado por populares que foram ajudar as vítimas da explosão.  

O desporto de Acre e Rondônia chorou a trágica morte de Lourival Sombra. A solidariedade também agiu de forma copiosa. Em Rio Branco, a família de Lourival havia recebido um telefonema sobre a morte do esportista, logo inúmeros taxistas mobilizaram para levá-los até PVH.

Vale citar que ele estava viajado para Porto Velho na segunda-feira (23) para comprar as peças do seu automóvel mais prometeu que logo retornaria para o Acre no mesmo ônibus que o levou para a Rondônia. Antes de embarcar, no dia 14 de setembro, recebeu alta médica depois de ter contraído uma infecção pulmonar.  

Um dia antes do sinistro no Guaporé Palace Hotel, ele jantou com o presidente do Flamengo, Eduardo Lima e Silva, o filho de Eduardo e Hélio Guilhen que foi jogador de futebol. Sendo que Hélio insistiu que dormisse na sua casa, mas Sombra recusou o convite. Os médicos legistas de Porto Velho, segundo o Jornal, diagnosticaram a causa da morte como “fratura craniana com hemorragia subdural”.

Recorte do Jornal O Rio Branco de 1977

O velório dele ocorreu em dois momentos. Um em Porto Velho e outro em Rio Branco. Na capital de Rondônia ele foi velado ainda na pedra do necrotério do Hospital São José. Como reconhecimento os amigos e os desportistas rondonienses pagaram o caixão, as coroas de flores, pagamento do frete e passagens para dois acompanhantes. Tudo isso pela bagatela de 20 mil cruzeiros.

O ato de generosidade, reconhecimento e amor pelo próximo foi reconhecido por meio de nota enviado ao Jornal O Rio Branco e publicado na capa do periódico pertencente ao Grupo Diários Associados de Assis Chateaubriand.   

Em Rio Branco, dona Lacyra Teresinha temia que o corpo do seu esposo estivesse dilacerado por causa da pressão da explosão, mas estava intacto. A urna mortuária foi trazida no Boing da Aviação Cruzeiro do Sul, e chegou às 8 horas da manhã de sexta-feira 28 no Aeroporto Presidente Médici. O avião da Tavaj tinha se deslocado para essa finalidade, mais teve um problema técnico na aeronave de Porto Velho decidindo a família do morto que a urna viesse em aparelho comercial.

O velório durou sete horas e aconteceu na residência da família localizada no bairro José Augusto próximo à quadra Ary Rodrigues. O sepultamento ocorreu ás 16h25mim no cemitério São João Batista. Apesar de famoso, poucos carros, alunos, colegas de trabalho, familiares, populares e parentes compareceram ao cortejo fúnebre. O que não passou despercebido pela imprensa que cobriu o fato. Inclusive a manchete do Jornal O Rio Branco informava “Pouca gente na despedida de Lourival Sombra”. O governador do Acre, Omar Sabino de Paula compareceu, assim como a diretoria Atleticana, o deputado estadual Raimundo Melo e outros.

No cemitério comentava-se muito a transitoriedade da vida para lembrar que nenhum dirigente da FAD e dos clubes pela qual ele jogou compareceu ao enterro, a exceção de alguns dirigentes do Atlético. Mais o estopim da deselegância aconteceu com o jogo entre Juventus x Atlético que ocorreu no mesmo horário do enterro, o que evitou a presença de muita gente. A diretoria do Atlético Acreano ainda propôs o adiamento da partida para as 19 horas que acontecia no Estádio do RBFC, mas a Federação não concordou porque “os ingressos estavam vendidos”.

Em contra partida, em Porto Velho, o desporto tributou grandes homenagens póstumas a Lourival Sombra, tendo o flamengo cedido a urna mortuário como preito de reconhecimento que o finado fez pelo futebol, o voleibol e a seleção rondoniense.

Em nota enviada ao Jornal O Rio Branco, a família agradece e nomina todos os que tiveram a atitude da generosidade e compaixão. Entre os citados estão os amigos de Lourival, comunicadores, veículos de comunicação (Impresso, Rádio e Tevê) e ex-jogadores.


“Eduardo Lima e Silva (Presidente do Flamengo); Srs. Eduardo Lima e Silva Filho, Hélio Guilhen, Antônio de Matos, Normando Garcia, Gervásio, Juquinha, Heraldo Guilhen, Bacu, José Dantas da Silva, Leovegildo Ferreira, Antônio Gonzaga Sobrinho, Dodó, Nemetala, Ivan Luís (Eletricista), João Tavares (Jornalista do Alto Madeira); Drs José Adelino da Silva e José Mário Alves, Maria da Conceição Batista, TV Rondônia e Rádio Caiari, professores Raquel Lima e Silva, Hermelinda Matos, Sras. Júlia de Oliveira Guilhen, Maria Isabel Lima e Silva, Clodenira Almeida da Silva, e a todo o povo de Rondônia (...) Sensibilizados ainda queremos agradecer ao gestor dos proprietários da Empresa Ribeiro Irmãos, nas pessoas dos nossos amigos Otávio e Dilson Ribeiro, que espontaneamente puseram a disposição para o transporte dos acompanhantes, um de seus confortáveis ônibus; ainda agradecemos a todos os motoristas de táxis e particulares que da mesma maneira operaram para o transporte dos acompanhantes”. dizia a nota. 

Portal de entrada da Escola em Rio Branco (AC) que leva o nome do desportista (foto Cedida)

segunda-feira, 6 de julho de 2015

sábado, 4 de julho de 2015

Vem frio por aí, aguarde!

A temperatura deve despencar nas próximas horas Foto de Wanglézio Braga

O frio deve estacionar em Rio Branco neste final de semana. Assim prevê o Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM). De acordo com o órgão, o tempo muda totalmente no Acre neste fim de semana com a chegada de uma frente fria. No sábado, o sol ainda vai brilhar forte no Estado e faz bastante calor, com tempo variando de parcialmente nublado a nublado na capital, no leste e no sul do Estado, com pancadas de chuva e trovoadas a partir da tarde. Nas demais áreas o tempo fica nublado com pancadas de chuva e trovoadas a partir da tarde.

Segundo o SIPAM, o tempo muda entre a tarde e a noite de sábado com a chegada da frente fria. Já no domingo o tempo fecha no Acre. Predomínio de céu encoberto, com raras aberturas de sol e possibilidade de chuva a qualquer hora do dia em todo o Estado. Esta frente fria traz mais um evento de friagem ao Estado, que vai provocar queda nas temperaturas somente no domingo.


A semana começa com a permanência da friagem no Acre. Nesta segunda-feira o tempo segue nublado, com períodos de encoberto, em todo o Estado. Há previsão de pancadas de chuva com trovoadas a qualquer hora do dia em todas as regiões acrianas. Por conta da grande quantidade de nuvens e da atuação da massa polar, a temperatura não deve subir muito no Acre neste começo de semana.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

FOTO LEGENDA III - VIAGEM AO PERU - LIMA, BANHO TURCO E COMIDA BRASILEIRA


"Aji de Pollo com Camarão" uma delícia que provei em um restaurante indo pra Lima  


A cada cidade havia uma parada ou mini-terminal das empresas.
Em uma cidade qualquer foi possível encontrar da Flores 

Registro de uma das cidades que passamos 

A cidade de Cusco vista do alto

A medida que o dia nascia a lua brilhava intensamente 

Durante o trajeto foi possível encontrarmos grandes blocos de gelos nos altos das montanhas  

Durante o trajeto placas indicativas informavam os motoristas. As vias são bem sinalizadas
Nessa região de neblina, a impressão que tínhamos é que estávamos andando nas nuvens
 

Lá em baixo já é possível enxergarmos a cidade de Lima 


As estradas são estreitas e bem perigosas 

Lima é muito parecida com a cidade de São Paulo (SP) no que diz respeito ao trânsito
 
O tão esperado Oceano Pacífico visto do alto 

Acesse também outras fotos do início da "travel" clicando nos links abaixo:

FOTO LEGENDA I - VIAGEM AO PERU - O ESTRANHO, O MEDO E O DESEMBARQUE EM CUZCO

FOTO LEGENDA II- VIAGEM AO PERU - BANHO QUENTE/FRIO, FESTA E GUERRA DOS IDIOMAS

VIAGEM AO PERU - LIMA, BANHO TURCO E COMIDA BRASILEIRA

Pessoal, como havia prometido irei terminar de relatar a viagem para o Peru. Depois de alguns meses, a preguiça foi embora e resolvi continuar os relatos. Onde parei mesmo? Ah sim, lembrei! Às vezes a memória da gente falha mesmo (...)

Acessa as primeiras postagens sobre a viagem e as fotos legendas. Basta clicar no link:





O objetivo principal dessa viagem aos Andes, como havia dito, era participar do casamento e também fazer um intercâmbio cultural. Só que a cerimônia foi realizada na capital – Lima - aproximadamente 15 horas de viagem de autobus (1h15mim de avião). Então tivemos que apressar nossa estadia em Cuzco embarcar o mais rápido para Lima, afinal, o dia marcado para o “sim” dos noivos estava se aproximando.


SUBINDO, SUBINDO, DESCENDO, DESCENDO

Emerson posando no box da Flores, empresa de ônibus 



Saímos por volta das 23 horas. Cuzco estava terminantemente gelada. Tinha sido assim todas as noites. Barbosa e eu fomos pra famosa Rodoviária Internacional. A empresa que havíamos comprado às passagens, Flores, atrasou o embarque. Já visivelmente cansados e sonolentos, resolvemos passar a hora conversando com alguns turistas. Gente que nem imaginávamos de suas respectivas existências. A recíproca era verdadeira. Quando dizíamos que éramos do Brasil, o pessoal já abria um sorriso. Isto facilitou o contato.

Do vai e vem, notamos que apesar do barulho, dos gritos intermináveis das vendedoras de passagens que esgoelavam (Arequipa! Arequipa! Arequipa! Puno! Puno! Nazca! Nazca!) com um tom mais agudo que possa existir (Tom que doía nos tímpanos, nos cumes dos montes, na cachola), existiam pessoas que dormiam tranquilamente agarradas com suas malas. Outras até escreviam relatos e algumas fingiam que estavam lendo, mais que nada verdade estava de olho no fluxo.

Lá pelas tantas, uma comissária de terra gritou: “Lima! Lima! Lima! Miraflores salindo”. Nós corremos! Pegamos as nossas coisas e entramos no ônibus. De longe o veículo era novinho e bonito. Três andares! Uma maravilha de ônibus. Poltronas confortáveis e em nossa volta pessoas não tão simpáticas assim. Lembro-me de uma senhora que olhava várias vezes para mim. Sem entender eu respondia com um sorriso. Ela desviava os olhos. Volta e meia pegava ela olhando para mim. Seria amor? Admiração? Deixa pra lá.

Um filme de terror e outro da anaconda nos fizeram companhia 

O trajeto como havia esperado era subir e subir. Assim foi por longas horas. Sabe aquela sensação de subir uma escada estilo caracol? Era assim que nos sentíamos. Subia, subia, subia, subia e parecia que não tinha mais fim. Depois o ouvido começava a zunir. Adivinha quem estava dando as boas vindas? A bendita altitude. Emerson reclamou de dores. Eu não tive problemas, estava concentrado com meu MP3 que tocava freneticamente 14 bis, Caetano Veloso, Maná e também Flavio Venturini. Era o melhor remédio contra o ‘soroche’.

De repente tudo mudou. Começamos a descer, descer, descer, descer. Mais não era uma decida normal, como a gente desce a ladeira da Maternidade. Era com curvas, algo descomunalmente rápido. A barriga só sentia a pressão. Foi assim por muitos tempos. De repente, a senhora que tanto me olhava começou a passar mal. Usou o saquinho. O filho dela também. Ela tira de dentro da bolsa um maço de folhas de coca e oferece. Por educação, aceitei mais não masquei.

Tivemos uma parada. O motorista gritou que em “média hora” voltaríamos para o ônibus. A galera correu para o restaurante do posto de gasolina. Foi nesse lugar que experimentei uma comida deliciosa “aji de pollo”. Uma papinha feita de frango com um gosto de caldo knnor e arroz branco. Que gostosura! Emerson foi para o tradicional Lomo Saltado. Para ficar ainda melhor tomamos uma gelada gaseosa, para não dizer Inca Cola. Depois de engolirmos, o ônibus já estava nos esperando.

O sol já nasce bem brilha nos céus do Peru
O dia estava amanhecendo a lua gigante ainda estava brilhando intensamente no céu. Já era possível depois de tanta subida e descida andar em linha reta e enxergar a vida no campo. Quando a gente trafega pela carreteira peruana é comum encontrar camponeses movimentando suas plantações. Os animais também são comuns nas estradas. A cada ponto da estrada era possível ver a variedade de plantações. Algumas até coloridas. Normalmente as casas feitas de barro davam um charme ou um tom bucólico típico do nordeste brasileiro. Sabe?

À medida que o dia clareava tínhamos a oportunidade de conhecer um pouco mais desse rico país. Lembro que em certo momento via uma linda cachoeira fazendo seu trajeto entre os paredões de pedras e formando um lago de coloração verde. A vontade de descer do ônibus para ir tomar banho era muito grande. Na realidade era maravilhosamente clara água que dava o charme aquele lugar. Com certeza era muito gelada, durante bom tempo não via ninguém tomando banho por lá. Só pescando. Mais foi uma das imagens que não me sai da memória.
A imagem mudava a medida que fazíamos uma curva


BEM VINDOS À LIMA!

A cada parada pelas cidades, pensávamos que Lima nunca ia chegar, mais fácil chegar à tangerina, limão, laranja do que na bendita Lima. Talvez a ansiedade adicionada no liquidificador com um pouco do tédio, acrescentada com o mau cheiro que estava dentro daquele ônibus passava essa impressão. Foi muita concentração porque o aji que havia comido na madrugada queria sair pela boca e não saiu. O cheiro insuportável do banheiro e que se misturava com os saquinhos de vômito jogados nojentamente no chão pelos passageiros exalava um odor do apocalipse.

Resumindo o contexto: Se for a Lima de ônibus procure outras empresas. A flores foi irresponsável por não fazer a baldeação no ônibus. Tivemos que aguentar calados aquela falta de respeito com o cliente. Mais graças a Deus chegamos a Lima ainda pela tarde. Estava com um tempo muito nublado, escuro. Já se passava das 13 horas. De longe avistávamos os bancos de areia formados por dragas e que seriam transportadas em seguida. O fluxo de carro começava a aumentar. Grandes lojas, supermercados e prédios começavam a surgir.

Numa parada para o desayuno (Café da Manhã) próximo a Lima
Êba! Chegamos a capital peruana. Do ponto que estávamos trafegando ainda era o início da cidade. Rodamos muito ainda para chegar até o terminal da Flores. Por falar nisso, em Lima não existe um terminal rodoviário público como uma rodoviária. Cada empresa tem seu próprio terminal. Ou seja, antes de chegar a Lima é importante saber a localização do seu desembarque. Às vezes existem vários terminais dessas empresas espalhadas pelas zonas aí complica sua vida.

Pegamos um taxi e fomos para o hotel. Chegamos bem. Tomamos um banho bem quente, relaxamos e fomos comer. Na Avenida do nosso hotel (Avenida Internacional), existem vários restaurantes, comércios, casas de banhos turcos e massagem e ainda de quebra um metrô barulhento. Depois de passar o pano pela avenida, ligamos para a nossa amiga e avisamos que chegamos bem. Fomos dormir e preparar nossas coisas para o dia seguinte.

FAROFA DE OVO, BANHO TURCO E SHOPPING

Num pedágio que funciona dentro de Lima 
A cidade de Lima é muito parecida com São Paulo (Brasil). Muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, muita informação, é muito grande e também agitada. Tomamos café e esperamos a Ângela nos buscar no hotel. Foi muito bom revê-la. Deu para perceber que estava muito feliz por nosso reencontro. Levou-nos para a sua casa e adivinhem o que ela preparou? Arroz, feijão e farofa de ovos bem ao estilo brasileiro. Não pensem que esse seria o cardápio original. Ela já havia planejado um banquete, mas por atender um desejo nosso, ela quebrou “essa castanha”. Foi o melhor arroz com feijão e farofa de ovo com farinha de Cruzeiro do Sul que comi na minha vida. Uma Inca Cola foi adicionada a mesa para não perder a tradição.




Na cozinha, ela deu um show. Cardápio: Arroz, Feijão e Farofa de Ovo
A tarde foi tão gostosa que quase não tivemos tempo de rir. Era só gargalhando.
Do outro lado da rua uma bandeira do Brasil chamava atenção


Uma sopa de carne, macarrão e ovo. De entrada torradas e manteiga

Foi ótimo o reencontro. Conversamos sobre nossas profissões, sobre nossos amigos, sobre os bons momentos na redação do Jornal O Rio Branco. Além de fazer comida, imaginem só o que faziam os três jornalistas juntos: falar da vida dos outros. Depois fomos conhecer o restante da casa. A melhor parte foi a sacada do prédio. Ficamos lá por horas, bebendo um bom vinho, comendo besteira e rindo muito. Sem dúvidas fora uma oportunidade de matar a saudade do nosso país, afinal, o espanhol ficou de escanteio durante essas horas.
A noite estava friorenta e a neblina tomou conta

A noite chegou e fomos passear pela Av. Internacional. Por todos os lados que olhávamos existiam a tal “Chifa  Wok” que são restaurantes asiáticos. Parecia até que naquele lugar habitavam somente chineses, indianos, coreanos, tailandeses etc. Na realidade a gastronomia peruana é bem diversa e consegue reunir as iguarias de todos os países do mundo, numa grande mesa gastronômica.

À medida que andávamos pela Internacional encontramos também os banhos turcos. São casas de massagem que oferecem atividades relaxantes, com piscinas de água quente e saunas. Resolvemos entrar para conferir o que rola por lá. Confesso que fiquei surpreso. Muita gente falava mal desses ambientes principalmente no quesito promiscuidade mais não vi nada demais. As pessoas visitavam esses espaços para relaxar e fazer a limpeza corporal, ou até mesmo acessar a internet.

Foi possível encontrar várias qualidades de sabonetes, shampoos, pentes e barbeadores todos de grátis espalhados pelos balcões. Numa ala, você poderia pegar a sauna seca. No outro lado, sauna a vapor com cheiro de citronela exalando pelo ambiente. Mais a adiante, uma Lan House e um bar funcionava normalmente dentro do estabelecimento. Todo mundo de toalha ou roupão. Não era permitido ficar pelado por lá. Aproveitamos mais a piscina e a sauna. Realmente foi relaxante. Deu para curtir.

Uma das torres do shopping

o que mais chamou atenção foram as poucas coberturas do prédio
Fomos em seguida para o hotel se arrumar e aguardar a Ângela e seu noivo para irmos ao restaurante e logo depois ao Shopping Jockey Plaza. Um moderno e novo shopping que intriga os visitantes pelo tamanho e ainda por sua arquitetura. Quase não existe teto. Ele é mais ao ar livre do que coberto. Um encanto de lugar. Várias marcas de roupas internacionais, parques e restaurantes. Foi bom conhecê-lo.

No outro dia era a hora do “sim” ou “si”. O casamento do ano estava realmente se aproximando. Como convidado especial precisava descansar e preparar a roupa. Então seguimos para o hotel. Claro que não poderia resumir o casamento deles assim nessa postagem. Vou elaborar um bem especial. Porém, fique com algumas imagens que separei do nosso trajeto Cuzco/Lima.










quarta-feira, 1 de julho de 2015

REGISTRO: Família de tracajás tomando sol no Horto Florestal

"Pois a família é o perfeito vínculo de união".  

DIA DO BOMBEIRO: Campanha para ajudar militar com câncer é lançada

Joaquim Rodrigues Teles ao lado dos colegas no Batalhão dos Bombeiros (Foto cedida)

No Brasil a data 02 de julho é destinada a homenagear os bombeiros, uma corporação da Segurança Pública e da Defesa Civil. Mas, poderíamos relatar neste dia inúmeras histórias de pessoas que foram ajudadas por algum dos 580 militares quando passaram por apuros. Hoje, porém, vamos mostrar um caso de solidariedade e ajuda que vem acontecendo dentro da corporação no Acre.

Diagnosticado com câncer no estomago, o bombeiro militar Joaquim Rodrigues Teles Neto (46), tem recebido ajuda, por meio de uma campanha solidária, para realizar tratamento fora de domicílio mais precisamente na cidade de São Paulo (SP). Teles trabalha como bombeiro há 21 anos, tem três filhos e é casado. Atualmente está incorporado no 3° Batalhão da PM.  

Ao longo de sua carreira, Joaquim sempre foi destacado por realizar um bom trabalho principalmente por sua vida dedicada às práticas sustentáveis no esporte. Jogou futebol profissional no Rio Branco e também praticou corrida de rua.

No início do ano, durante passagem pelo Sul do país, ele se queixava da rejeição de alimentos sólidos, mas ao desembarcar em Rio Branco recebeu o diagnóstico. “Durante alguns meses, ele começou a perder peso, sentia dores no abdome, febre, vômito e outras manifestações. Daí recebeu o diagnóstico de câncer no estômago. De lá para cá, sem condições, ele luta para conseguir tratamento digno. E resolveu com a sua família buscar ajuda no Hospital das Clínicas em São Paulo”, comenta o colega Abrahão Púpio.

Segundo Abrahão, as passagens de Joaquim e da esposa foram doadas por amigos. O carro da família já foi vendido. Mesmo assim, os militares resolveram fazer uma campanha para arrecadar dinheiro para ajudar no tratamento do colega.

“Nada mais justo que repercutirmos essa ajuda no dia do bombeiro. Nós fizemos um pacto institucional para ajudar os colegas que passam por problemas. Sabemos que todos sofrem com alguma dificuldade, mas a solidariedade nos move e resolvemos lançar essa campanha”, relata Abrahão citando que Joaquim terá que custear despesas com aluguel, água, energia elétrica, alimentação, sem contar as despesas propriamente médicas.


Joaquim ao lado da esposa (Foto Cedida)

Os donativos em dinheiro poderão ser depositados na AGENCIA: 071-X CONTA CORRENTE: 68155-5. BANCO DO BRASIL. Contato de telefonia móvel: (68) 99824401; (68) 99288107 (Esposa: Rita de Cácia Pereira de Souza Teles).


Os militares estaduais (BM/PM) também poderão doar dinheiro via consignação em folha de pagamento através da associação. “Para desconto em folha de pagamento, também podem passar o valor da doação e o nome completo do doador, com posto ou graduação, via Whatsapp, para o telefone móvel do tesoureiro da associação (68) 9984-1204”, finaliza.